16.10.15

Pulla e afins!


Estive afastada da minha cozinha durante uns tempos, por causa de um pequeno acidente. Cortei-me num dedo e o estrago ainda foi grande. Apesar de poder fazer algumas coisas, não podia pôr as mãos na massa! Assim que voltei a ter liberdade total de movimentos, o meu primeiro pensamento foi para um pãozinho, já a pensar no dia de hoje. O ano passado não sei que aconteceu, mas este ano arranjou-se tempo para mais um WBD - World Bread Day. Dia este que gira pela blogosfera desde 2006, a convite da Zorra.




Hoje é o dia em que a blogosfera mete as mão na massa e se comemora o dia do Pão. Bem... pão, pão não é, porque eu sou um bocadinho azelha e prefiro optar por massas tipo brioche, ou massas enriquecidas. Sei que o resultado final nunca me decepciona e não ia ser desta vez que isso ia acontecer. Ainda para mais quando a Mimi Patissière, leia-se a minha filha, e batizada pela tia Helena, decidiu pôr as mãos na massa comigo e ajudar-me a elaboração deste pão.


Pulla - Finnish Dessert Bread. O nome é complicado, mas foi assim que o encontrei. Ou melhor, encontrei primeiro os primos deste Pulla, que têm um nome ainda mais complicado, Korvapuusti, que não são mais do que uns rolos de massa de pulla, recheados com canela e cardamomo.

São receitas escandinavas, mas a mim importa-me pouco de onde são originárias, porque eu fiquei seduzida assim que li os ingredientes. E ao ter a massa base, porque não experimentar os dois? Só vos posso dizer que vale bem a pena. Este tipo de pão doce, é usado para acompanhar o café depois da sobremesa! São pouco espertos este escandinavos!

E apesar de ter receitas disponíveis na internet, a receita que deu origem a esta Pulla, fez 8000 km de distância, virtualmente falando claro está! Mas isto só para dizer, que neste mundo o pão ainda continua a ser o bem mais partilhado!


 


Inspirada pela imagem de Pulla e depois de ler estas receitas, a que se segue é uma mistura das duas com as respectivas alterações que achei que seriam pertinentes. Do Kinfolk veio a adaptação do recheio para os Korvapuusti, cuja imagem não me saía da cabeça. E agora, mãos na massa!




Pulla - Finnish Desert Bread






Ingredientes:

Para a massa:
- 3 ovos 
- 100 gramas de açúcar
- 80 gramas de manteiga
- 3 tsp de cardamomo em pó
- 1 tsp de sal
- 2 tsp de fermento de padeiro seco
- 200 ml de leite gordo
- 1/2 tsp de filamentos de açafrão
- 650-750 gramas de farinha T55 
-1 ovo para pincelar
-Açúcar em grão para polvilhar


Para o recheio:
- 60 gramas de manteiga derretida fria
- 100 gramas de açúcar mascavado escuro
- 50 gramas de amêndoa moída
- 1 tsp de canela
- 2 tsp de cardamomo em pó


Execução:

Numa taça pequena colocar 50 ml de leite morno, com o fermento e uma colher de sopa de açúcar. Mexer e deixar repousar até que comece a espumar.

Ferver o restante leite e infusionar o açafrão e deixar arrefecer até que possa ser usado na massa. Se estiver demasiado quente pode inactivar o fermento.

Numa taça colocar os ovos e o açúcar e bater ligeiramente. Adicionar a manteiga e mexer. Juntar o o fermento activado anteriormente e o leite onde se infusionou o açafrão, mexendo ligeiramente. Deitar metade da farinha e o sal. Mexer de modo a incorporar a farinha no liquído. Juntar a restante farinha e o cardamomo. Amassar a massa até descolar da taça. Se depois de adicionada toda a farinha, a massa estiver muito húmida, adicionar aos poucos mais farinha, até que esta se descole da taça e não cole nas mãos. Amassar a massa durante dez minutos até se obter uma textura elástica e brilhante. Colocar dentro da taça untado com azeite, tapar e deixar levedar em local morno, durante 1 horas aproximadamente ou até que duplique o volume.

Preparar o recheio, misturando numa taça todos os ingredientes, mexendo suavemente de modo a obter uma textura tipo pomada. Reservar. Dividir a massa em duas partes iguais e amassar cada uma individualmente, de maneira a retirar todo o ar.






Com uma das porções de massa, esticar e formar um rectângulo de 30 x 45 e espalhar o recheio. Enrolar sobre a parte mais larga e cortar em triângulos com uma base de 2 cm.





 

Colocar os triangulos sobre um tabuleiro de forno, devidamente forrado com papel de forno, com a base maior para baixo, pressionando ligeiramente o bico do triângulo em sentido transversal. Deixar repousar em local morno durante 45 minutos. Pincelar e polvilhar com o açúcar e levar a forno pré aquecido a 180ºC durante 20 minutos ou até que esteja dourado.

Para fazer a coroa, dividir a massa restante em três partes iguais. Enrolar cada uma sobre si mesma de modo a obter um rolo de mais ou menos 45 cm de comprimento.

Entrelaçar os três rolos e unir as pontas sobre si mesmos, de modo a dar a forma da coroa. Deixar repousar 45 minutos, pincelar com o ovo e polvilhar com o açúcar. Levar ao forno a 180ºC, durante 20 minutos ou até que esteja dourado. Servir morna.







A minha Mimi Pâtissière estava encantada por poder ajudar. Estas pequenas mãos que já mostram tanta habilidade no meio da farinha e da massa, não puderam com o formato normal da Pulla, e por isso fizemos as miniaturas para que ela pudesse provar e mostrar o trabalho dedicado que fez.







O grande dilema é mesmo escolher a melhor. O cardamomo é nota predominante, o que torna esta Pulla num "pão" perfeito para o café. Seja ele depois da sobremesa, num lanche ou num pequeno-almoço. Comido morno é simplesmente delicioso e depois de frio aconselho vivamente a passarem uma bela fatia pela torradeira e servir com manteiga ou simplesmente um doce do vosso agrado.







E quanto aos rolos de nome difícil, bem esses são um festival para o paladar. O cardamomo e a canela fazem um par perfeito e a leveza da massa, torna-os em pedacinhos irresistíveis.

Com um destes, eu dispenso a sobremesa!!


13.10.15

Mini Tartes de Maçã




Agora que o Verão já nos deixou e as temperaturas começam a baixar, só me apetece acender o forno e fazer bolos e bolinhos. Aproveitando uns dias de descanso, andava perdida nos meus afazeres e não me saía da cabeça uma imagem que antes vía nos livros de banda desenhada da Disney. A Vovózinha a colocar uma das tartes de maçã na janela.


A velha tarte de maçã, à bela maneira americana, que sempre me deixou a suspirar. E a juntar a isso, apetecia-me maçãs. Suavemente caramelizadas e aromatizadas com especiarias.



Encontrei uma receita aqui de uma massa que me convenceu e o restante, foram várias horas perdidas pela blogosfera, para entrelaçar a massa.



É um processo demorado, mas que vale a pena pelo resultado final. Se a meio de tanto entrelaçar massa, ficarem preguiçosos podem sempre fazer com discos de massa como se de empanadas se tratassem. (Foi o que me aconteceu!!)











Mini Tartes de Maçã

Ingredientes:

Para a massa:
- 280 gramas de farinha sem fermento
- 185 gramas de manteiga (cortada em cubos e bem fria)
- 20 gramas de açúcar
- 1 colher de chá de sal
- 4 - 5 colheres de sopa de água bem fria 
- 1 colher de chá de canela
- 1 ovo grande para pincelar

Para o recheio:
- 3 maçãs tipo Golden (descascadas, descaroçadas e partidas em cubos pequeninos)
- 40 gramas de manteiga
- 2 colheres de sopa de açúcar (podem usar mais se preferirem mais doce)
- 1 colher de chá de canela em pó
- 1 colher de chá de 4 especiarias (canela, gengibre, noz moscada e cravinho)


Execução:


Numa taça colocar a farinha, o açúcar, o sal e a canela, misturando levemente todos os ingredientes. Juntar os cubos de manteiga e com um "pastry blender" ou com as pontas dos dedos, incorporar a farinha na manteiga. Este processo deve ser rápido e assim que a manteiga tenha o tamanho de ervilhas, juntar a água até unir a massa.

Formar uma bola sem trabalhar muito a massa e colocar no frigorífico durante duas horas como minímo.

Numa tacho colocar a manteiga e levar ao lume. Assim que começar a derreter juntar as maçãs cortadas em cubos, o açúcar, e as especiarias. Mexer de maneira envolver bem a maçã e deixar caramelizar suavemente a baixa temperatura, durante 10-15 minutos. Com este tempo de cozedura, a maçã ainda fica com um ligeiro toque crocante. Retirar do lume e deixar arrefecer.

Pré aquecer o forno a 180ºC.
Retirar a massa do frigorífico e colocá-la sobre uma superfície ligeiramente enfarinhada. Se a massa estiver muito dura, deixar a temperatura ambiente durante 5 minutos antes de começar a esticar. Dividir a massa em duas partes, tendo em conta que uma será esticada várias vezes, podendo em contacto com as mãos aquecer demasiado e ficar muito mole. Se isso acontecer, voltar a colocar a massa no frigorífico durante uns minutos.

Esticar a massa dando a forma de um rectangulo 20x30 e com 1-2 mm de espessura. Com um cortador de 4 cm de diametro cortar círculos de massa, que serão a base das mini tartes.

Com a ajuda de uma régua marcar tiras de 2 cm e cortar as mesmas em sentido longitudinal. Quanto maior for o rectângulo de massa, maior será a quantidade de tiras para serem entrelaçadas. Entrelaçar a massa conforme as imagens em baixo, alternando a passagem das tiras verticas com as horizontais. 

À medida que se vão entrelaçando as tiras de massa, deve ir-se apertando ligeiramente a malha que se forma, para que ao cortar não se desmanchem. Cortar circulos desta "malha" de massa e repetir a operação quantas vezes forem necessárias.








Colocar uma colher de sobremesa de maçãs sobre o disco liso, pincelando o bordo da massa com um pouco de ovo batido. Cobrir com o disco de malha pressionando ligeiramente para fechar.








Colocar sobre um tabuleiro e pincelar com o ovo, e polvilhar com açúcar e canela. Levar ao forno durante 30 minutos, ou até que estejam douradas.
Retirar do forno e deixar arrefecer. Servir mornas.








Servir mornas?? A curiosidade era tanta, que mal tinham arrefecido eu já estava a tentar provar! Claro está que a curiosidade matou o gato e neste caso, eu fiquei com a língua queimada. Mas só ligeiramente, porque depois contive-me e deixei arrefecer o bastante, para que ninguém se queimasse.









Eu estava decidida a fazer estas minis! A meio da execução, já estava a maldizer por causa de tanta tira e tanto entrelaçado. Na falta de paciência não entrelacem a massa e façam círculos simples, ou até mesmo uma grande. Mas façam!

Morninhas a acompanharem um café, são deliciosas. A massa é simplesmente sublime e o recheio acompanha na perfeição. O fiozinho de caramelo serviu de decoração (risos)! A colherada de caramelo que não aparece, foi a gota de gulodice para as tornar ainda mais perfeitas!

Mas experimentem com o caramel salée e depois venham-me contar!

5.9.15

Pedaços de alma









Depois de uma temporada muito atribulada de trabalho, por fim chegaram uns dias de descanso merecido. Uns dias de férias fazem-nos sempre bem, exceptuando quando ficamos constipados. Foi o que aconteceu por estes lados um dia antes de tão desejadas férias. Uma constipação fora de época que me deixou dois dias fora de jogo, o que na realidade serviu também para "descansar" um bocadinho.


Os dias de férias são sinónimo de acordar pelas manhãs, à mesma hora do costume, com a palavra mais dita cá por casa: Oh Mãe! E é a mesma que acaba cada dia... 


No meio de um berreiro do miúdo da casa porque não encontrava o peluche minúsculo, surgiu esta receita. Tinha-me cruzado com ela no Sabores de Canela e tinha os ingredientes apontados em duas folhas de post-it. 


Já não é a primeira vez que experimento receitas deste blog e podería estar aqui uma quase eternidade a falar sobre isso. Conta com muitos anos de partilha e não só de receitas que funcionam sempre, mas também uma partilha desinteressada através de fotografias de vivências que a mim, me deixam a sonhar.


A sonhar fiquei eu com este Brownie Cheesecake. Decidi fazer a receita, mesmo sabendo que não tinha queijo creme, mas sim queijo fresco batido, e sem o tabuleiro com as mesmas medidas. Quanto à mousse de framboesas, fica para uma próxima, porque o meu stock das mesmas era reduzido. Visto que começam os desafios do Cocineros del Mundo e eu nunca posso fazer nada, aproveito para deixar por lá esta receita.



Brownie Cheesecake com Swirl de Framboesas

Receita retirada do blog Sabores de Canela








Ingredientes:

Para o brownie:
- 200 g de chocolate (Lindt Cuisine 70%)
- 3 Ovos
- 150 gramas de açúcar
- 110 g de farinha
- 200 g de manteiga

Para o Cheesecake:
- 500g de queijo fresco batido (tipo suissinho)
- 150g de açúcar em pó
- 3 Ovos
- 1/2 colher de chá de extracto de baunilha 
- 1 colher de sopa rasa de farinha

Para o puré de framboesas 

- 100 gramas de framboesas congeladas
- 1 colher de sopa de açúcar
- 1 colher de sopa de água


Execução:

Puré de framboesas:
Num tachinho colocar as framboesas congeladas, o açúcar, e a água. Levar a lume brando e deixar ferver durante 5 minutos. Esmagar as framboesas com um garfo e coar de modo a retirar todas as sementes. Deixar arrefecer e reservar.

Para o brownie:

Ligue o forno a 170ºC. 
Derreter o chocolate em banho-maria ou no microondas (4 minutos a 180º). Bater a manteiga com o açúcar até obter um creme suave e sem parar de bater juntar os ovos, um de cada vez, depois a farinha mexendo bem e por fim o chocolate derretido.
Colocar numa forma rectangular, a medida aconselhada é 33x23x5cm.

Para o cheesecake: 
Misturar o queijo com o açúcar e o extracto de baunilha até obter uma mistura homogénea e sem parar de bater junte os ovos, um de cada vez. Juntar a farinha e envolver nesta mistura.

Coloque o cheesecake por cima do Brownie e de seguida com o puré de framboesas dentro de um saco de pasteleiro ou um saco de plastico, fazer linhas horizontais sobre o cheesecake. Com um palito fazer desenhos aleatórios para fazer o swirl.

Levar ao forno 30 a 40 minutos até o cheesecake estar dourado à volta mas o centro ainda pálido. Deixe arrefecer completamente e colocar no frigorífico toda a noite.

Retirar do frigorífico e deixar uns minutos a temperatura ambiente antes de servir.









Dizia o Tomás quando provou o resultado de um árduo trabalho na cozinha comigo:
- Oh Mamã este bolinho que eu fiz está muito bom, não está?

Ora aqui está uma observação muito pertinente do meu pequeno e não o posso contrariar. Se um brownie é um pedaço de indulgência, um brownie cheesecake são pedaços de alma que nos aconchegam em dias mais cinzentos. O sabor do chocolate e uma textura densa, uma nuvem suave e um toque de afrutado pelo swirl de framboesa, fazem deste Brownie Cheesecake uma sobremesa de repetição obrigatória.


Vai um quadradinho?

20.8.15

Mais um ano.



Costumo dizer que passa o dia, passa a romaria. Desta vez não levo tão à letra tal expressão e acabo por publicar em modo atrasado a receita daquele que foi um dos meus bolos de aniversário.


Se é dia de anos, tem que haver bolinho! A vontade não era muita porque sobre mim pairava o cansaço, mas a teimosia era maior e este bolo, ou melhor o seu aspecto pairava sobre mim desde a primeira vez que se cruzou comigo.


A primeira vez que vi um "vertical layer cake" os ingredientes predominantes eram o chocolate. Mas eu não queria chocolate. Queria limão e mirtilos. Depois de muita pesquisa, a receita do bolo é daqui e a do frosting de mirtilos daqui, e algumas adaptações às receitas, o resultado não foi tão extraordinário como eu pensava. Em outras alturas de menos cansaço, tenho a certeza que eu tinha ficado mais contente. 





Bolo vertical de Limão com Frosting de Mirtilos









Ingredientes:

Para o bolo de limão
- 180 gramas de farinha + 2 colheres de sopa de farinha custard
- 1 1/2 colher de chá de fermento em pó
- 1 colher de chá de sal
- 6 ovos
- 200 gramas de açúcar
- 100 gramas de manteiga
- 1 1/2 colher de sal de essência de baunilha
- 2 colheres de sopa de limão
- 1 1/2 colher de sopa de raspa de limão

Para o bolo de mirtilos
- 150 gramas de farinha
- 150 gramas de açúcar
- 4 ovos
- 1 colher de chá de fermento
- 80 gramas de manteiga
- 2 colheres de sopa de puré de mirtilos

Para o frosting de mirtilos
- 1000 ml de natas MG > 35% 
- 400 gramas de queijo creme Philadelphia
- 10 colheres de sopa de açúcar em pó
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- Puré de mirtilos
- Mirtilos para decoração.

Para o puré de mirtilos
- 250 gramas de mirtilos congelados
- 1 colher de sopa de água
- 2 colheres de sopa de açúcar
Colocar o mirtilos, a água e o açúcar num tacho e levar ao lume durante aproximadamente dez minutos. Com um garfo esmagar os mirtilos e deixar arrefecer. Coar esta mistura, pressionando bem no coador com a ajuda de uma colher, para que desta maneira se obtenha a maior quantidade de puré possível. Aproximadamente obtém-se 150 gramas de puré. Desta quantidade usamos 2 colheres de sopa para o bolo de mirtilos e o restante para o frosting.








Execução:

Para o bolo de limão

Pré aquecer o forno a 180ºC.
Numa taça colocar o açúcar e a raspa de limão. Com as pontas dos dedos mexer o açúcar para que este se impregne com com a casca de limão. Juntar os ovos e bater a velocidade média até duplicar o volume. Juntar a manteiga derretida e arrefecida. De seguida juntar o sumo de limão e a baunilha e por fim, a farinha misturada com o sal e com o fermento, envolvendo bem na massa.
Untar o um tabuleiro, de 40 x 50 cm e forrar com papel vegetal. Colocar a massa e levar ao forno aproximadamente 10-12 minutos ou até que esta comece a ter um aspecto dourado.
Colocar um pano limpo sobre a mesa e polvilhar com açúcar. Com muito cuidado, desenformar o tabuleiro sobre o pano, de modo a que não se parta o bolo.
Enrolar o bolo e deixar arrefecer.


Para o bolo de mirtilos

Numa taça bater a manteiga com o açúcar até obter uma mistura cremosa. Juntar os ovos um a um, batendo bem entre cada adição. Juntar a farinha envolvendo bem na massa.
De seguida juntar o puré de mirtilos misturando bem na massa, de modo a obter uma cor homógenea.
Dividir a massa por duas formas de 22 cm, devidamente untadas e forradas com papel vegetal.
Levar ao forno durante aproximadamente 20 minutos ou até que o palito saia seco.
Desenformar e deixar arrefecer sobre uma grade.


Para o frosting de mirtilos

Numa taça bater com uma espátula o queijo creme de modo a obter uma textura cremosa. Reservar.

Bater as natas com o açúcar em pó e a baunilha. Para que as natas fiquem firmes, devem ser batidas numa taça bem fria e as mesmas estarem também bem frias. Inicialmente devem ser usada na batedeira uma velocidade mais baixa, aumentando a mesma à medida que começam a emulsionar. 
Depois de batidas e firmes as natas, com uma espátula adicionar o queijo creme, com movimentos suaves. Retirar 1/3 desta preparação e reservar no frigorífico até serem necessárias para a decoração.
Adicionar o puré de mirtilos às natas restantes envolvendo bem de modo a obter uma cor homogénea. Reservar no frigorífico.


Montagem do bolo

Desenrolar o bolo e cortar pela metade no sentido longitudinal. Cubrir uma das tiras de bolo com frosting e enrolar como se fosse uma torta. Depois de enrolar, pressionar ligeiramente para que mantenha a forma. 
Cubrir a outra metade de bolo com frosting e unir com a torta antes formada e enrolar sobre si mesma. Pressionar ligeiramente e colocar o bolo na horizontal.(ver aqui)

Num prato de servir, colocar um disco de bolo de mirtilos e um pouco de frosting. Em cima colocar a torta. Ajustar o diâmetro do disco retirando o excesso. Na parte superior da torta vertical, colocar mais frosting e de seguida o último disco de bolo de mirtilos, que deve também ser ajustado o diâmetro.

Cobrir todo o bolo com o restante frosting com a ajuda de uma espátula, dando o efeito que mais gostarmos. 

Para a decoração da parte superior, encher um saco de pasteleiro munido com um bico em estrela (usei o da Wilton M), e fazer pequenas rosas. Decorar com mirtilos e deixar repousar 2 horas no frigorífico antes de servir.










Um dos defeitos de trabalhar com corantes naturais, neste caso o mirtilo, é que nunca sabemos muito bem o resultado final. Por esse motivo o bolo de mirtilos tem este tom mais azulado que o frosting. 

E a teimosia dá nisto! Sem ter tempo de experimentar a receita antes para que depois se possa ajustar, o resultado não é de todo o que eu esperava a nível visual, porque a nível gustativo os sabores que eu queria juntar saltam todos à vista.

A teimosia é o meu pior melhor defeito e espero que por causa dela, possa continuar a desafiar-me a mim mesma por muitos mais anos!

Obrigado a todos os que deixaram uma palavrinha e se lembraram de mim neste dia!

27.6.15

Em modo... Férias!!


Em outros tempos a chegada das férias, fazia com que andasse a contar ansiosamente os dias para que chegassem. Desta vez sem os contar, chegaram sem quase eu me dar conta e a única coisa que tinha na minha cabeça era a palavra descanço.

O simples facto de não ter que fazer malas e ficar por aqui, também ajudou. Nem sempre as coisas estão previstas da maneira que queremos e no fim das contas, estás bem onde estás.

Pronto, pronto... As saudades também apertam, mas não será o fim do mundo! Afinal a montanha até é bonita para dar uns passeios se o tempo ajudar.

O sol tem aparecido em todo o seu esplendor. Os pequenos andam um bocado perdidos no tempo, porque não é normal estarem tanto tempo em casa com a Mãe e quando as férias acabarem é que se vão dar conta.

Aproveitando o tempo de "não fazer nada", e aproveitando a receita do Dorie às Sextas, saiu um geladinho para nos animar.

Os mirtilos têm sido presença habitual cá por casa e mais quando o preço é convidativo. E se vos digo a verdade, cada vez que experimento uma receita, mais gosto desta pequenas "pérolas negras". É a primeira vez que faço um gelado com os mesmos, mas ao ler os ingredientes, o resultado era o que se imaginava.

Super cremoso e de sabores intensos!








Gelado de Mirtilos e Crème Frâiche
(receita retirada do Livro Baking, pág. 434, de Dorie Greenspan)
Tradução: Susana Figueiredo






Ingredientes:
-200 gramas de mirtilos(frescos ou congelados. Se for dos congelados, descongelar e escorrer bem)
- 80 gramas de açúcar
- 1 pitada de sal
- Raspa e sumo de 1/2 de limão ou lima (ou mais sumo a gosto)
- 180 ml de natas
- 240 ml de crème frâiche 

Execução:


Colocar os mirtilos, o açúcar, o sal e o limão num tacho médio e cozinhar em lume médio mexendo sempre até a mistura ferver e as bagas amolecerem, durante cerca de 3 minutos. 

Triturar a mistura até ficar um puré homogéneo, durante cerca de um minuto (nunca irá ficar completamente suave, o que é normal). Juntar as natas e as natas azedas e bater até estarem misturadas. 

Provar e, se necessário, juntar mais açúcar ou sumo de limão. Deitar numa taça e refrigerar sté estar bem fresco. Deitar na máquina de gelados e seguir as instruções do fabricante. Quando estiver pronto, levar ao congelador por duas horas.





Quando há que experimentar alguma receita nova, a Maria normalmente é a primeira que vem ter comigo. Sempre foi a mais curiosa e especialmente quando as cores são diferentes.

Desta vez fez birra e o primeiro a querer provar foi o Tomás. Só tive tempo de perguntar se tinha a certeza e a resposta não se fez esperar.

Resultado? A taça vazia em tempo record!

Vai um geladinho?

13.6.15

Posso provar, Mãe?


Já não é a primeira vez que cá por casa aparecem receitas com frutos vermelhos, isso sim, normalmente são congelados, o que não causam tanta curiosidade nos pequenos.

Para esta quinzena no Dorie às Sextas a sugestão tinha ruibarbo. Coisa nunca vista à venda aqui pela Sibéria e por casualidade andava perdido no congelador um saquinho de ruibarbo. A quantidade não era a pedida pela receita, daí que aproveitei para juntar framboesas e mirtilos, aos morangos e ruibarbo da receita.

Quando andei a tirar fotografias o Tomás não me ligou nenhuma, enquanto que a Maria estava muito curiosa, Ora prova aqui, ora prova ali, e fizeram uma festa com estes pequenos frutos. Eu cá para mim estavam mais emocionados com as cores deles. 







A Maria é muito mais curiosa que o irmão e quando me vê de máquina na mão no cantinho do costume, já sabe o que ando a fazer. Então anda sempre à minha volta e faz um milhão de perguntas e eu entre click e click tento explicar. Acho piada quando experimenta novos sabores e depois, porque não gosta, olha para mim e diz com cara de pena: Oh Mãe, olha que eu não gosto muito! É sempre uma aventura trazer novos sabores e texturas. Eles são sem dúvida os meus maiores critícos e sei que quando gostam, gostam mesmo e não se cansam de pedir para que se repita.


Esta receita tinha esse segredo. Duas texturas diferentes e uma mistura de sabores absolutamente incrível. O toque do gengibre é muito subtil fazendo com que se realce o sabor da fruta. Não tinha a quantidade de ruibarbo suficiente, com muita pena minha, ainda assim, o resultado é simplesmente delicioso!



Strawberry-rhubarb double crisp 
(Receita retirada do livro Baking de Dorie Greenspan pag. 420)
Tradução: Susana Figueiredo


Ingredientes:

Para o crisp:

- 130 gramas de farinha
- 150 gramas de açúcar amarelo
- 100 gramas de flocos de aveia
- 1/2 colher de chá de gengíbre em pó
- 1 pitada de sal
- 1 pequena pitada de canela
- 50 gramas de nozes, picadas finamente
- 40 gramas de gengibre cristalizado, picado finamente
- 120 gramas de manteiga, derretida e arrefecida



Para o recheio:
- 150 gramas de ruibarbo congelado
- 3 colheres de sopa de amido de milho
- 125 ml de água fria
- 250 gramas de morangos fatiados
- 75 gramas de framboesas
- 75 gramas de mirtilos
- 75 gramas de açúcar
- 1/2 colher de chá de gengibre moído
- 1 colher de chá de extrato de baunilha





Execução:

Para o crisp:
Centrar uma grade no forno e pré-aquecê-lo a 175ºC. Colocar um pirex quadrado com 23 cm de lado num tabuleiro forrado com papel vegetal ou um tapete de silicone.
Colocar a farinha, o açúcar, a aveia, o gengibre, o sal e a canela numa taça e misturá-los com os dedos, tentando desfazer qualquer grumo de açúcar. Misturar as nozes e o gengibre cristalizado e juntar a manteiga derretida. Misturar tudo com um garfo até todos os ingredientes estarem bem humedecidos. Deitar metade da mistura na forma e calcar levemente os ingredientes até formar uma base grossa. Reservar.



Para o recheio:
Colocar o ruibarbo congelado directamente sobre a base. Dissolver o amido na água fria e reservar. Levar os morangos, os mirtilos, as frambuesas, o açúcar e o gengibre ao lume num tacho médio e esmagar uns quantos morangos. 
Levar a lume médio, mexendo ocasionalmente, e deixar ferver. Continuar a mexer durante cerca de 3 minutos, até o recheio estar grosso e transparente. Retirar do lume, misturar a baunilha e deitar sobre o ruibarbo. Deitar o restante crisp sobre o recheio, espalhando-o com os dedos para ficar uniforme.
Levar ao forno durante 60 minutos ou até a cobertura estar dourada e o doce a borbulhar pelos lados da cobertura. Deixar arrefecer e servir morno com uma bola de gelado de baunilha ou crème frâiche.






Não tinha o tabuleira quadrado de 23 cm, nota-se não se nota? Como tal decidi colocar em ramequins. Assim não tive que andar cá a cortar e as tacinhas até são muito mais fotogénicas.

Apesar de ser uma variante da receita, é sem dúvida daquelas que se podem repetir vezes sem conta e sempre que o tempo o permita. E como não pára de chover, é o motivo para se ligar o forno.

Ou não?